Desde que voltei a escrever a newsletter do blog há dois meses, me senti animada com as mensagens de carinho e com as ideias que vieram em seguida. O contato direto com os leitores é algo que sempre pesou na decisão de manter o blog - em momentos difíceis durante o período de tratamento e quando me senti cansada de escrever, testar, fotografar receitas, e cuidar da manutenção do blog.
Já escrevi muito sobre o meu cansaço com redes sociais e do quanto transitar por elas ficou de lado nos últimos anos. O combo câncer-pandemia-mudanças-de-casa trouxe uma necessidade de interiorização em busca de equilíbrio e paz interior. Aumentei o tempo de meditação, exercícios e prática de yoga, leitura e diminui consideravelmente o tempo que passo com meu celular na mão.
Passei a anotar minhas receitas em papel para não levar o tablet ou celular para a cozinha. Exceto para ter música enquanto cozinho! Para tornar o processo de migrar as receitas de volta para o papel (onde elas passaram boa parte da minha vida em cadernos!), testei diversos formatos. Compartilhei a ideia das fichas de receita com os leitores do blog e, para minha surpresa, vi que não sou só eu a ter essa vontade de cozinhar com minhas anotações fora dos meios digitais.
Na última newsletter, mandei as primeiras fichas no formato adequado para impressão e recebi uma avalanche de e-mails carinhosos e felizes. Até as minhas pequenas ilustrações em aquarela foram notadas e elogiadas. O que me trouxe um novo sentido para compartilhar não só as receitas, mas também aquilo que venho mudando no meu dia a dia e que tem feito bem.
Voltar a escrever mais em um espaço onde me sinto acolhida e não tão exposta na internet… É muito bom em tempos de tanta intolerância e críticas agressivas. Desde que me tornei vegana (ou vegetariana estrita), há seis anos, nunca havia passado por situações de tanto questionamento em relação às minhas escolhas alimentares. Percebi que a necessidade de rotular e criar alguns estereótipos é maior do que a vontade de ouvir um pouco sobre a história de quem escreve. O respeito com as escolhas que fazemos nem sempre existe, sejam elas pessoais, espirituais ou culturais. E com sinceridade, digo que nesta fase da minha vida, não me vejo tendo que me justificar ou convencer ninguém!
Quando escolhi mudar a minha alimentação pensei principalmente em causar menos danos para minha saúde e para o planeta. Criei o blog durante a fase de transição e compartilhei muitas dificuldades, algumas relacionadas com o crescente mercado vegano dentro da indústria alimentícia. A busca por ingredientes ou produtos há alguns anos era uma forma de tornar o processo de transição algo mais confortável. Mas acabou se tornando uma armadilha com os produtos ultra processados, que, além de tudo, são caros e causam uma falsa impressão de que o veganismo é uma alimentação para poucos.
Nunca fui uma pessoa que critica ou questiona os hábitos alimentares de quem ainda consome proteína animal ou derivados. Sou mais contida e, no máximo, sugiro a redução do consumo, ou a substituição de alguns ingredientes por outros. E justamente por isso sempre esperei um pouco mais de respeito.
Como boa aquariana acredito que tempos melhores virão, acredito em um mundo melhor. Enquanto isso, faço da minha cozinha um lugar de onde só saem boas energias em forma de comida. Como sempre fiz!
O ato de alimentar com carinho e cuidado, é um gesto de amor para com as pessoas à nossa volta. E se esse gesto se multiplica, muito pode mudar.
Descobri que devo ter quase dez receitas diferentes de sopa de abóbora. E como acho que o colorido de uma cabotiá já muda nosso humor, resolvi testar algo novo e bem diferente. Escolhi essa versão da sopa de abóbora com mandioquinha porque tem um toque de canela e gengibre fresco que fazem toda a diferença no resultado final. Tá certo que nem todo mundo gosta do sabor das especiarias – e garanto que se não usarem elas, a receita também vai dar certo e ficar deliciosa. Mas talvez fique com um sabor um pouco mais comum… Ou seria “tradicional” a palavra certa?
Sopa de abóbora com mandioquinha
Ingredientes
½ abóbora cabotiá pequena
3 a 4 mandioquinhas médias
½ cebola picada
1 alho-poró picado (ou 1 talo de salsão)
1-2 colh. (sopa) óleo vegetal
1 colher (chá) gengibre fresco ralado (ou gengibre em pó)
½ colher (chá) canela em pó (opcional)
3 a 4 xícaras caldo de legume (ou água)
Sal e pimenta do reino
Cebolinha fresca picada
Modo de fazer
Descasque a abóbora e a mandioquinha. Pique em pedaços médios.
Aqueça uma panela com fundo grosso. Refogue a cebola, o alho-poró (ou salsão) e as especiarias. Acrescente a abóbora e a mandioquinha. Refogue, mexendo, por alguns minutos.
Adicione o caldo de legumes e espere levantar fervura. Tempere com sal e pimenta do reino. Abaixe o fogo e cozinhe até ficar tudo macio.
Retire do fogo, bata com o mixer (ou no liquidificador). Se ficar muito grosso junte mais caldo. Corrija o tempero se necessário.
Volte ao fogo para reaquecer. Sirva polvilhada com cebolinha fresca picada.
Flores na muda de laranja sanguínea
Ganhei um pé de laranja sanguínea da minha filha e do meu genro no Dia das Mães. É uma lembrança que guardo de algumas viagens onde tomei o suco dessa laranja avermelhada de sabor não muito doce, mas sem ser azedo. Adoro cheiros e sabores que fazem a gente se transportar no tempo e espaço para bons momentos. Colecionar recordações passou a ser um hábito gostoso desde que resolvi escrever sobre as minhas viagens. Achei que é algo mais interessante do que só montar álbuns de fotografias.
A minha muda de laranja está plantada em um vaso na varanda do apartamento e para minha surpresa, acaba de dar seus primeiros botões. Considero um bom sinal… Ela está gostando da nova casa! Não é a primeira árvore que planto em vaso, mas ainda estou aprendendo a cuidar do meu “mini pomar” de apartamento.
Para adubar tenho usado o humus de minhoca da composteira e uma vez por semana, rego com o chorume misturado com água. Esse líquido que fica na parte de baixo da composteira é rico em nutrientes. Para quem tem interesse em saber mais sobre a composteira doméstica e como funciona, tenho um post no blog falando sobre a minha primeira experiência em apartamento com ela (O que é uma composteira doméstica?). E também recomendo as informações no site do fabricante da composteira que eu uso (composteira Humi).
Meus mascotes!
Para quem acompanha o blog há mais tempo e tem me perguntado sobre meus filhotes caninos adotados há três anos (Bento) e dois anos (Filomena), resolvi compartilhar uma foto para que vejam como cresceram e ficaram lindos. Eles estão ótimos e se tornaram meus companheiros de todas as horas.
De vez em quando alguém me pergunta como alimento os doguíneos: qual ração (com ou sem transgênicos), se já pensei em fazer a comida deles, se dou petiscos (quais?)… Como gosto de falar sobre comida, resolvi trazer o assunto para discussão aqui e perguntar aos leitores o que pensam (e fazem) a respeito. O espaço para falar sobre a alimentação dos pets está aberto!
#adotenãocompre
Ando tão animada com a volta da newsletter que também busquei formas mais interessantes de compartilhar e revisitar as que já foram enviadas. Principalmente pensando nas fichas de receita que passei a enviar por aqui. Acho que é bem conveniente ter um lugar onde tudo fica arquivado e pode ser consultado. Pensando nisso estou migrando para uma nova plataforma, onde além de ler as novidades do Santo Legume, é possível visitar outros perfis que também escrevem sobre os mais diversos assuntos. Ainda estou aprendendo a usar todas as ferramentas disponíveis, mas já me coloco à disposição para ajudar quem não conseguir entender como funciona.
Na última newsletter falei sobre sugestões de assuntos para serem discutidos e recebi dois e-mails falando sobre a dificuldade de planejar a alimentação em casa. Já comecei a escrever a respeito!
Também estou testando fazer um levain (fermento natural) sem glúten e pretendo compartilhar o passo a passo, além de falar um pouco sobre a questão do glúten por aqui.
Por hora é só! Um abraço carinhoso,
Monica