A vontade de provar alimentos diferentes e novos sabores sempre me atraiu. Talvez seja algo que eu tenha herdado, ou adotado, da minha mãe. Ela colecionava receitas com ingredientes inusitados para testá-los algum dia. Tive um livro grosso que morou na minha mesa de centro por muitos anos, cujo título era “1001 comidas para provar antes de morrer” e resume um pouco esse hábito.
Depois que me tornei vegetariana estrita (ou vegana), as possibilidades de novas incursões gastronômicas ficaram mais restritas, mas nem por isso menos apuradas. Agora, quando penso em feijão, pesquiso e já anoto diferentes tipos que ainda não conheço. E assim é com tudo o mais que faz parte da minha alimentação.
Um dos itens da minha lista de “desejos” era o feijão cannellini. Um tipo de feijão-branco italiano. Quando estive lá no ano passado, ele estava na minha lista de compras. Sou esse tipo de pessoa que quando viaja, traz comida na mala! Temperos, chás, grãos… Adoro fazer minhas compras naquelas feiras onde os moradores locais vão.
O que não poderia prever era que a busca pelo feijão cannellini iria render tantos passeios. Segui diversas indicações de vendedores, mas não encontrava o tal feijão. Acabei tendo que me render a um passeio que evitava porque se tornou um lugar muito turístico, o Campo de Fiori, que já foi uma das principais feiras livres de Roma. E como foi bom ser surpreendida e reconhecer que estava errada. Além de encontrar (finalmente) o feijão cannellini, encontrei alguns temperos e conservas deliciosos.
Cozido de feijão-branco com sálvia
Chegando no Brasil me dei conta de que tinha mais receitas guardadas com o feijão cannellini para testar do que quantidade do tal feijão. Mas o mais importante era sentir o seu sabor, e ter um parâmetro para adaptar receitas quando usar o nosso feijão-branco. Escolhi um cozido da região da Toscana preparado com tomate e folhas de sálvia. Garanto que a receita é bem fácil e fez sucesso. A minha opinião é de que o feijão cannellini é mais macio do que o nosso feijão daqui, e o seu sabor um pouquinho mais marcante.
A propósito: a sálvia da receita é da minha horta de temperos na varanda!
Feijão branco com sálvia
Ingredientes
500 g de feijão-branco demolhado por 24h
2 colh. (sopa) de azeite de oliva
Folhas de sálvia frescas
2 dentes de alho espremidos ou cortados em tiras finas
300 g de tomates picados ou tomate pelado
Sal
Pimenta-do-reino moída na hora
Modo de fazer
Cozinhe o feijão-branco em água, retirando a espuma que se formar na superfície. Quando estiver macio desligue o fogo e reserve.
Aqueça o azeite em uma frigideira funda e junte o alho e as folhas de sálvia.
Acrescente o tomate e tempere com sal e pimenta. Cozinhe por alguns minutos.
Drene o feijão-branco, reservando parte da água do cozimento. Coloque o feijão na frigideira, misture e cozinhe por uns 15 minutos. Se ficar muito grosso, acrescente parte da água reservada.
Sirva em seguida.
O texto e receita acima foram publicados no blog do Santo Legume no finalzinho de agosto. Esqueci de compartilhar por aqui porque ando meio distraída (e muito ocupada!) desde que comecei um curso de ilustração com o incrível Sid Meireles. É um projeto ousado da minha parte já que sou uma iniciante quando se trata de desenho e pintura. Não resisti quando vi a chamada para o curso e amei a ideia de aprender desde as técnicas mais básicas até algo mais autoral. É um curso de longa duração e tem me ocupado bastante. Para acompanhar os colegas (mais adiantados!) tenho me dedicado diariamente.
Mas fiquem tranquilos, não cogito abandonar o blog! Quem me conhece sabe que ele é como um filho (prestes a completar 10 anos em 2024) e continua a ser um projeto muito querido. Redes sociais, em contrapartida, andam distantes da minha nova realidade de estudante. Exceto pelas visitas a perfis de ilustradores que admiro, e me inspiram, não tenho visto nadinha no celular.
Também reduzi o número de newsletters que acompanho e uma das últimas que recebi me tocou profundamente. A Surina Mariana (Sofá da Surina) escreveu sobre a “paz de um corpo que não obedece” e trouxe lembranças sobre os aprendizados durante os meus recentes anos de tratamento oncológico. Vale a pena ir lá dar uma olhadinha!
Um abraço com carinho,
Monica