Escrevi essas linhas logo após alfinetar as últimas peças da colcha de patchwork da foto abaixo. Estão prontas para serem unidas. Este mês completam exatamente 10 anos que dei início a essa empreitada. Apesar de tudo ficar guardado em uma caixa por alguns anos, retomei a costura durante a pandemia e desde então, venho mantendo o ritmo, sem pressa!
Costurar à mão pode parecer uma tarefa insana, algo demorado demais para ser atrativo. Mas quando insisti por algum tempo, descobri com ela um bom motivo para relaxar e desconectar. Lentamente criei uma conexão com o desenho das alianças entrelaçadas, as cores dos tecidos, a linha e a agulha… O importante é fazer com calma, ou expectativa de ver o resultado pronto em pouco tempo.
Assisti há poucas semanas um filme (Nyad) sobre uma nadadora que, aos 60 anos, resolve retomar um antigo desafio: uma travessia a nado entre Cuba e os Estados Unidos. Algo que ela não conseguiu quando era mais nova. Apesar do desafio dela me parecer bem ousado, continuo impactada com a questão dos sonhos não realizados e projetos pendentes que carregamos na nossa “bagagem”. Foi um bom lembrete para revisar aquilo que me importa e se for o caso, colocar em ação.
Aprender a desenhar e pintar é um dos meus grandes desafios pós 60 anos. Venho estudando, praticando e aprendendo durante o último ano. Continuo animada e consciente de que é só o início de uma longa jornada. Ao mesmo tempo, é bom retomar aquilo que ainda faz parte do meu DNA (como o patchwork!) e talvez até pensar em novos projetos.
A couve kale
Como um novo ingrediente traz sabor e até um efeito incrível a uma receita simples! Quando surgiu, achei um tanto engraçado o nome dela virar couve Kale aqui no Brasil, já que a tradução de “kale” é couve. Mas não tem jeito, se não se referir a ela como couve Kale, pode dar confusão. Com tanta publicidade em torno dela, tenho que confessar que demorei um pouco a me interessar… Tenho uma certa aversão a alimentos que se tornam modismos.
O que importa é que essa couve crespinha dá uma textura bem interessante no prato. Me rendi a ela desde que apareceu na minha cesta de orgânicos. Resolvi experimentar e gostei!
Concordo que nem sempre a gente encontra essa couve, e nem sempre o precinho dela é amigo… Então vamos direto às possibilidades de substituição nesta receita: já testei com folhas de espinafre e de ora-pró-nobis (estas do meu quintal!). Imagino que fique bem interessante com outras folhas verdes, inclusive com a nossa querida couve-manteiga. Ideias para colocar em prática!
Um dos pontos mais importantes da receita está relacionado à lentilha rosa. Quem costuma usá-la sabe que é bem menos firme do que a lentilha canadense. Ou seja, o demolho tem que ser mais curto, e o cozimento bem rápido. Caso contrário, ela desmanchará completamente, arruinando o visual da receita, e transformando o prato em uma sopa.
Lentilha rosa com couve Kale
Ingredientes
¾ xic. de lentilha rosa demolhada
2 colh. (sopa) de azeite de oliva
1 cebola média picada
3 dentes de alho picados
sal e pimenta-do-reino
1 alho-poró fatiado
1 lata de tomates pelados grosseiramente picados
folhas de manjericão fresco
1 maço de couve Kale lavada e fatiada grosseiramente
3 colh. (sopa) de alcaparras drenadas
2 colh. (chá) de vinagre balsâmico
Modo de fazer
Cozinhe a lentilha em água até ficar macia. É rápido, cuidado para não desmanchar!
Retire a lentilha do fogo, drene a água e reserve.
Aqueça um frigideira funda em fogo médio. Refogue a cebola no azeite até ficar translúcida. Junte o alho e refogue mais uns minutos.
Acrescente o alho-poró e refogue até ficar macio. Junte o tomate pelado, as lentilhas cozidas e folhas de manjericão a gosto. Misture e cozinhe até começar a ferver.
Coloque a couve Kale e cozinhe somente até murchar. Mexa bem para incorporar com o restante dos ingredientes.
Tempere com sal, pimenta-do-reino e o vinagre balsâmico. Coloque as alcaparras.
Sirva com arroz integral, polenta ou purê de batatas.
Outono chegando… hora de preparar as plantas da hortinha de temperos para a mudança de temperaturas. Já providenciei mudas novas de hortelã e erva cidreira para fazer muito chá quentinho. Gosto de calor, mas este ano estou esperando ansiosa por um friozinho!
Um abraço com carinho
A colcha ficou lindíssima!
Nossa, a colcha ficou absurdamente linda!